Têxtil e sustentabilidade: dois mundos compatíveis?
As questões da sustentabilidade estão na ordem do dia, com uma crescente preocupação por parte dos consumidores. Mas, será que o setor têxtil tem a capacidade de se reinventar e ser mais amigo do ambiente?
Basta olharmos para os número para percebermos que sim. Pelo menos, que se está a fazer um esforço nesse sentido.
De facto, segundo o estudo Sustainable Edit 2019, entre agosto de 2018 e julho deste ano registou-se um aumento de cerca de 49% dos produtos de moda descritos como “ecológicos”, uma subida de mais de 170% nos produtos “reciclados” e 70% nos “veganos”.
Além disso, verifica-se um aumento na utilização de matérias-primas mais ecológicas, que contribuem para reduzir o impacto ambiental do setor. Entre os recursos, destacam-se o algodão orgânico (que não tem químicos ou pesticidas), o uso de tecidos reciclados ou reutilizados na produção de denim (o que redes os químicos ao mesmo tempo que poupa água e energia).
Não menos importante na mudança de paradigma é a mudança no comportamento do consumidor. Neste sentido, verifica-se que os consumidores parecem estar mais abertos a pagar um preço mais elevado por um produto que seja sustentável – e que esteja na moda- registando-se que, ao longo dos últimos anos, mais marcas dirigidas ao mercado de massas têm integrado elementos sustentáveis nas suas gamas para responder à procura do consumidor.
Todos estes fatores parecem estar a ser tidos em consideração pela indústria têxtil portuguesa, que procura posicionar-se como líder na sustentabilidade.
Numa entrevista recente ao jornal Dinheiro Vivo, o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) revela que um dos grandes objetivos para o futuro é que o setor consuma apenas eletricidade proveniente de fontes renováveis, pretendendo ser “o primeiro setor transformador em que todas as empresas usam energia renovável”.